Intimidade e relacionamento com Deus. Como se mede?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009


Não se mede. Não se compara. Não nada. E por que? Ora, cada pessoa é uma e se “conecta” com Deus da sua forma. Jesus disse que conheceríamos a árvore pelos frutos. Pois bem. Mas isso nada tem a ver com a intensidade da relação com Deus. Os frutos da árvore a que Jesus fez menção, diziam respeito aos do Espírito, nos quais o principal é o amor, pois, através dele os outros passam a ser naturais. De nada me valerá se não tiver o amor, já dizia Paulo, e assim se faz nesse caso e na vida. Ou seja, os frutos serão vistos na prática do amor para com o próximo e também nas situações cotidianas. Mas o que isso significa? Explico. Se tiver amor e graça em abundância, tem-se melhor conhecimento do que é Deus, haja vista que só Deus dá. Se não tem, nada mais é que fantasia religiosa.
Não é porque uma pessoa lê a bíblia incessantemente (como faziam os escribas, tão criticados por Jesus) ou porque se ora muito (como faziam os fariseus também) que está consumado o total e irrepreensível relacionamento com Deus. Relacionar-se com Deus é muito mais que isso. Deus é música, é paz, é amor, é entender que tudo que se vive aqui nessa terra é passageiro e tantas outras coisas, mas, especialmente, é graça.
A palavra fundamental é a graça. E por que? Porque nela (a graça de Deus) temos a certeza de que não somos mais condenados e, portanto, somos livres e, assim sendo, nenhuma obrigação que não seja motivada pelo nosso amor a Deus passa a valer. Qualquer leitura bíblica, qualquer oração, qualquer movimentação que não esteja embasada no amor e na graça, de fato, não vale coisa alguma. Talvez valha para os religiosos pensarem: “Olha, fulano, ora e lê a bíblia muito, hein? Cheio de Deus!” e o tal “fulano” se vanglorie de seu relacionamento com Deus, que está muito longe do ideal (amor e graça), dizendo: “Olhe, faça como eu, leia a bíblia todos os dias e ore sem cessar que você será tão abençoado quanto eu!”. Ora, ler a bíblia todos os dias e orar incessantemente, é ruim? Claro que não! É ruim quando se torna condição “sine qua non” do relacionamento, passando a ser obrigatório que para que se tenha um “nível” aceitável, do ponto de vista religioso, se tenha tantas horas de bíblia e outras tantas de oração!
E por que este fulano está tão longe do ideal? Porque a busca dele era por esse comentário do religioso, era pra que o pastor o visse, o líder o visse, ou seja, Deus não esteve em seus planos. Quando Deus passa a não estar em nossos planos, mesmo que inconscientemente, entramos perigosamente no mundo da superficialidade e da religião. No qual o próximo passo é a comparação. Seja para o lado bom ou lado mal de alguma pessoa, a comparação é um dos passos para se entrar nesse mundo obscuro. Se por um lado sentimo-nos inferiores e portanto fracos e incompetentes na busca pelo ideal estereotipado, por outro nos sentimos superiores e capazes de julgar quem quer que seja e porque tal pessoa não tem o “nível” de relacionamento (que na verdade é a religiosidade) que o cidadão-modelo-falso de “espiritualidade” tem.
Então como faço para ter um relacionamento íntimo com Deus? Ame e seja você mesmo! O resto decorre dessas coisas! Não compare o seu com os outros! Cada um é único ser e, portanto, cada um tem diferentes jeitos de se relacionar com Deus! Não queira padronizar ou dizer qual é o jeito certo, porque isso é mera fantasia-doença criada pelos religiosos para se sustentar na posição de superioridade. Não se engane. Deus está muito mais interessado no que você é e no quanto você ama, do que em quantas vezes você já leu a bíblia ou quantas vezes por dia você ora, ou ainda quantas vezes você vai ao templo/igreja por semana!
Ele quer você e não o que você faz! E isso faz toda a diferença! Mas só entende isso quem, de fato entendeu o que a graça é e como ela funciona. Tudo já foi feito por você.

Naquele que ama, e que não nos compara, pois todos somos filhos,

Joh

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